terça-feira, 30 de setembro de 2008

Valeu a pena!

Poucas pessoas tem a oportunidade que tive. Agradeço a todos que me ajudaram para que pudesse participar no último sábado do curso de Jornalismo Esportivo organizado pela Revista Cult, que reuniu profissionais como Mauro Beting, André Kfouri, Antero Greco e Paulo Vinícius Coelho. Foram quatro palestras que me impulsionaram cada vez mais para buscar o meu sonho de ser jornalista esportivo. Os quatro jornalistas são apaixonados pelo que fazem, pesquisadores que recebem para fazer o que mais gostam... assistir futebol.


O primeiro contato foi com Mauro Beting, advogado e jornalista, que desde 1990 dedica-se exclusivamente ao jornalismo esportivo. Paixão e equilíbrio são as armas para o bom relacionamento no meio futebolístico. Hoje Mauro tem mais de dez empregos, atua no rádio, na tv, internet e impresso. O segredo para tanto prestígio? O respeito.

André Kfouri afirmou que com certeza seu sobrenome ajudou a conseguir o primeiro emprego, mas se orgulha em falar que deu os primeiros passos rumo ao sonho de ser repórter de esportes em TV sozinho. A chance foi única e ele soube abraçar. Começou como rádio escuta na Jovem Pan, passou para a equipe de esportes e no seu segundo ano na emissora já cobriu a primeira copa do mundo com apenas 20 anos. Em 95 passou a integrar o time da então iniciante ESPN Brasil, a convite do amigo José Trajano. Hoje já tem quatro olimpíadas nas costas, duas copas do mundo e um Super Bowl, além de grande coberturas do tênis, vôlei e basquete. André tem histórias incríveis, como a dos 100m com barreiras feminino das Olimpíadas de Pequim, onde teve que torcer para que uma das jamaicanas chegasse em primeiro para que o texto produzido por ele dese certo, e deu. Três delas foram as primeiras. Contou várias passagens que precisou prever o fato para que seu texto desse certo e afirmou "nada pode prejudicar o talento de alguém".

Após o almoço foi a vez de Antero Greco, editor de esportes do jornal O Estado de São Paulo, acompanha copas do mundo desde 1978 e aliviou muita gente quando disse "dá para viver do jornalismo". Como? Com limites, sendo cordial, porém com profissionalismo. Inovando, furando esquemas oficiais, tratando com respeito e sem medo, com postura correta, honesta e corajosa. É preciso ter o que mostrar no dia seguinte, se deu algo errado? Não interessa, o leitor quer novidade, fato inédito, então, não tem pauta difícil, difícil é voltar sem notícia. Sorte é necessária, persistência também, fontes dignas e fidelidade a elas, fontes invisíveis e o mais importante... LER, LER, LER, LER e LER. Bela aula de competência.

O fechamento do dia foi espetacular, quando se falava em Paulo Vinícius Coelho me vinha na cabeça um andróide, sem juntas e com uma memória escandalosa que me causava uma inveja muito sadia. Estava enganado, seus braços dobravam, seu nariz coçava e ele também esquecia onde tinha colocado a caneta, o mais impressionate? Os três pulinhos pra são longuinho quando achou. O monstro da tática e estatistica futebolistica é um ser humano agradavel, boa gente e que não se importa em dividir seus conhecimentos com os demais. Contou um pouco de suas técnicas de pesquisa, analisou a forma de se fazer jornal no país e revelou alguns segredos do sucesso que o deu o primeiro lugar no prêmio comunique-se 2008 na categoria jornalista esportivo. PVC tem ótima relação com suas fontes, mesmo que não precise de informação está sempre ligando para conversar, fala com os 20 técnicos da séria A toda sexta feira para saber quem joga ou não joga. Não publica uma informação sem ter plena certeza do que está dizendo, afinal, ele é responsável por aquela informação. Nunca encher linguiça. Apurar, checar, rechecar e contar de uma maneira clara. "Escrever não pelo sucesso, mas pelo ato de fazer bom jornalismo", encerrou PVC.

Um comentário:

Gabriel Neris disse...

Cara, que experiência! Como vc mesmo disse, poucos têm esta oportunidade!