por Ronaldo Young
Não restam dúvidas: o futebol faz parte das nossas vidas. E se as incertezas ainda se fazem presentes, eis uma singela comparação: o futebol com a amizade. Desde os primórdios da história, o esporte tem demonstrado que amizade dentro e fora dos gramados é essencial para o clima de harmonia se estabelecer e reinar nos bastidores de qualquer grande equipe. E quando digo grande equipe, não entendam aquelas tradicionais que têm um grande histórico e sim um time unido, objetivos claros e bem definidos com caminhos traçados.Se no jogo é preciso entrosamento, na amizade é necessário tolerância. Se no jogo a conversa é essencial, não obstante é na amizade. Se os dribles e jogadas fora de série são conseqüências de um trabalho árduo e cansativo, o aprofundamento de uma relação é também conquistado pelo tempo e pela paciência. Mas em se tratando de uma má fase, as coisas não discorrem como deveriam.Quando o time não realiza boas partidas, quando tudo parece estar patético e desengonçado, toda a equipe cai por terra. Pressão de torcida, dirigentes e mídia são fatores agravantes em uma situação semelhante e a salvação pode não ser viável, uma vez que injustiças são feitas e jogadores e técnicos são submetidos a severos julgamentos nos quais, muitas vezes, acabam sendo acusados, culpados e condenados.Na amizade, a resolução para os maus momentos é, ou pelo menos deveria ser, completamente diferente. Tudo é superado com o devido respeito e, por vezes, com um simples trocar de olhares. Porque assim são os amigos: se entrosam em dois ou três momentos de descontração e nem que mudem de lugar por alguns tempos (como jogadores fazem mudando de time por circunstâncias) perdem a toada da relação mais fiel e sincera que pode existir, ao contrário dos boleiros. Se futebol é coisa séria, amizade é muito, mas muito mais...
Ronaldo Young é torcedor da Portuguesa, promotor público e assinante da coluna "contos do mundo futebolístico" às quintas-feiras
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